quinta-feira, 5 de julho de 2007

Galáxia Canibal

[Todas as imagens referentes a este post serão divididas em posts seguidos].
 
Recentemente, foi descoberto um processo nunca antes imaginado. A nossa galáxia, a Via Láctea, tem consumido uma outra galáxia nas suas proximidades. Já era do conhecimento dos cientistas de que a proximidade com a Galáxia Andrómeda, descoberta em 1923 por Edwin Hubble, um dia traria problemas já que se aproxima da Via Láctea a uma velocidade de 500 mil km/h. A Via Láctea, que é menor, deverá atravessar a Andrómeda e esse impacto apenas libertará uma cauda de estrelas. E aí, ou o nosso sistema solar será arremassado para a segurança do espaço ou destruído pela radiação das inúmeras supernovas da Andrómeda. No entanto, esse impacto só ocorrera daqui a muitos biliões de anos, porque apesar da velocidade a que se aproximam, a distância é ainda maior. Por outro lado, a Galáxia Anã Sagitário é a galáxia mais próxima da Via Láctea e há décadas que os astrónomos estão a conseguir respostas para as questões que tanto os têm ocupado sobre essa proximidade com o objectivo de provar que a nossa galáxia está, de alguma maneira, a consumir a Galáxia Anã Sagitário. Esta possui cerca de 10 mil vezes menos massa do que a Via Láctea e, devido a isso, o efeito gravitacional sobre esta pequena galáxia anã é muito significativo dada a sua proximidade. Esta pequena galáxia tem escapado aos astrónomos, já que não é preceptível ao óptico e estar exactamente na direcção da região central da nossa galáxia. Mas graças às observações no infravermelho, foi possível detectar estrelas gigantes. Estrelas estas que são raras na nossa galáxia, mas abundantes na de Sagitário. Nunca antes fora possível observar toda a sua extensão. Esta mapa é portanto o primeiro a fornecer uma visão detalhada e completa da nossa galáxia e a de Sagitário e,assim, provar a sua interacção. As estrelas e os aglomerados que se encontram na periferia da Via Láctea terão sido 'arrancados' à Galáxia Anã de Sagitário à medida que as suas crescentes forças gravitacionais vão-na destroçando. Isto não só mostra que a nossa galáxia cresce por algutinação de outras pequenas galáxias como vem a confirmar que o processo de formação de galáxias não foi o acontecimento remoto mas sim um processo contínuo. Este consumo por parte da Via Láctea tem mostrado ser uma dança de morte para Sagitário que se tem manifestado nos últimos dois mil milhões de anos, mas que parece estar perto do fim, porque, depois de orbitar a Via Láctea, continuamente sujeita às suas forças, não conseguirá se manter gravitacionalmente unida por muito mais tempo. Estaremos portanto a observar a galáxia anã no final da sua vida. Esta descoberta ajudará os astrónomos a medir a massa total da Via Láctea e a de Sagitário também.

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